Botannica Tirannica – Giselle Beiguelman

EXPOSIÇÃO

28.05.2022 a 18.09.2022

Se a empreitada moderna colonizou corpos, territórios e imaginários, com a botânica não foi diferente. Inúmeras espécies de plantas, muitas anteriormente nomeadas pelos povos originários, foram (re)batizadas com alcunhas misóginas, racistas, antissemitas e preconceituosas, perfazendo mais uma camada de violência simbólica contra identidades que escapam aos modelos normativos e hegemônicos.

Crítica a esse procedimento colonialista – e após ter recebido de presente uma muda de Tradescantia zebrina, corriqueiramente chamada de judeu errante –, a artista Giselle Beiguelman mapeou centenas de espécies de plantas submetidas à nomeação pejorativa, para então remixá-las de modo a produzir um verdadeiro jardim decolonial, no qual articula reflexões de ordem política e estética sobre o preconceito, a representação e a relação entre cultura e natureza – que a modernidade tornou indissociável.

A intolerância e a perseguição, assim como a resistência e a resiliência, são temas centrais da experiência judaica ao longo da história, assim como desafios absolutos do nosso tempo. A abordagem dessas temáticas pela produção artística contemporânea é um dos eixos basilares do Museu Judaico de São Paulo, por isso a honra de expor a produção atual de uma artista com quase três décadas de uma inquieta atuação nas artes e na academia.

É com entusiasmo que apresentamos Botannica Tirannica, mostra inédita de Giselle Beiguelman produzida especialmente para o MUJ, com curadoria de Ilana Feldman, e resultado de uma colaboração instigante entre a artista e a instituição a partir de um campo de investigação comum e, sobretudo, urgente.

Nossos agradecimentos aos mantenedores, patrocinadores, apoiadores e visitantes do MUJ, este museu que, mesmo recém-nascido, já se coloca a missão de construir coletivamente novos mundos e jardins.

Felipe Arruda, diretor executivo
Museu Judaico de São Paulo

Em cartaz a partir de 28 de maio

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