Nos dias 8 e 9 de novembro, o Museu Judaico de São Paulo (MUJ) realizará o seminário “Vozes da Educação: práticas contra a discriminação e o preconceito”, que apresentará iniciativas e promoverá reflexões sobre o papel da educação, arte e cultura na luta contra o antissemitismo, racismo, LGBTQIA+fobia, entre outras formas de preconceito.
O seminário integra o MUJ Repara, programa de combate ao antissemitismo e à discriminação. Durante o evento, será lançado e distribuído o material pedagógico “Como lidar com o antissemitismo e a discriminação? Diálogos pedagógicos entre Escola e Museu”.
Este seminário tem patrocínio da Mattos Filho, apoio do Grupo GR e parceria com o Consulado Geral do Reino dos Países Baixos em São Paulo.
Todas as mesas contam com interpretação em Libras.
Programação
8/11 (sex), 10h — ONLINE
O papel dos museus na construção de uma sociedade plural
As diversas formas de preconceito e suas manifestações atravessam a humanidade. Nesse sentido, o diálogo sobre as formas de enfrentamento à discriminação ultrapassam as fronteiras da educação formal. Na mesa de abertura, os convidados apresentam suas perspectivas sobre o tema, a partir da pergunta: Qual o papel dos museus e instituições culturais diante dos desafios sociais do nosso tempo?
Jurmet Huitema-de Waal, Anne Frank House
Julia Sarbo, Jewish Cultural Quarter
Amara Moira, Museu da Diversidade Sexual
Vera Cardim e Weverton Camargo, Museu das Favelas
Leonardo Moreira, Museu Judaico de São Paulo (Mediação)
Essa mesa conta com o apoio do Consulado Geral do Reino dos Países Baixos em São Paulo.
O link de acesso será enviado na semana do evento.
É Gerente de Projetos Internacionais do Departamento Educacional da Casa de Anne Frank em Amsterdã. Ela trabalha em projetos relacionados à história de Anne Frank e ao Holocausto, bem como nos temas de antissemitismo, discriminação, estereótipos e preconceitos. Os projetos são voltados principalmente para professores e alunos, mas também para treinadores de futebol e educadores de jovens.
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Jurmet irá apresentar “Stories that Move – caixa de ferramentas contra a discriminação”. Stories that Move é uma caixa de ferramentas online gratuita para o ensino sobre diversidade e discriminação, guiada por histórias e experiências reais de jovens. Stories that Move não oferece respostas fáceis para questões difíceis. Os alunos são convidados a explorar ativamente sua própria relação com os temas abordados: antissemitismo, racismo e discriminação contra LGBT+, muçulmanos e ciganos. Stories that Move foi desenvolvida por uma equipe multidisciplinar de oito países.
É educadora e historiadora no Bairro Cultural Judaico em Amsterdã, Países Baixos. Ela é responsável pelos programas e atividades educacionais no Museu Nacional do Holocausto e no memorial Hollandsche Schouwburg, o antigo local de deportação em Amsterdã. Julia obteve seu mestrado em história e educação na Universidade de Groningen e trabalhou para a Casa de Anne Frank e o Comitê Nacional de 4 e 5 de maio, que organiza a comemoração nacional holandesa da Segunda Guerra Mundial.
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Ela irá apresentar o trabalho realizado na equipe educacional do Museu Nacional do Holocausto.
É travesti, feminista, doutora em teoria e crítica literária pela Unicamp e autora dos livros “E se eu fosse puta” (n-1 edições, 2023) e “Neca: romance em bajubá” (Companhia das Letras, 2024). Além disso, ela é colunista do UOL Esporte e da plataforma Fatal Model. Atualmente atua como Coordenadora de Exposições, Programação Cultural e do Núcleo Educativo no Museu da Diversidade Sexual, em São Paulo.
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A perseguição a pessoas que rompem com os padrões de gênero e sexualidade foi central no processo de colonização do Brasil, ainda que pouco se fale a esse respeito. Pensando nisso, o Museu da Diversidade Sexual vem promovendo o resgate dessa história ancestral, dando destaque para as formas que essa perseguição foi assumindo, mas também para as estratégias de resistência que a população LGBTQIA+ desenvolveu.
Vera é socióloga com extensa experiência na Prefeitura Municipal de São Paulo. Com formação em Ciências Sociais e Políticas, especialização em Museologia e mestrado e doutorado em Ciências Sociais. Vera dedicou anos à Secretaria Municipal de Cultura, coordenando programas culturais e acervos de grande importância. Além disso, atuou como professora substituta na UFBA e faz parte do Gepracc, grupo de estudos de práticas culturais contemporâneas. Atualmente, ela está envolvida em pesquisas nas áreas de Memória, Patrimônio Cultural, Políticas Públicas e Cultura e Arte Popular, e é responsável pelo Centro de Referência, Pesquisa e Biblioteca do Museu das Favelas – CRIA, em São Paulo.
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O Museu das Favelas é um equipamento da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, com sede em São Paulo, e gerido pela organização social de cultura IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão. Nossa missão é conectar e garantir o protagonismo das múltiplas favelas brasileiras, preservando suas memórias e potencializando suas produções culturais, por meio de exposições, programações, ações educativas, pesquisa e difusão de informação.
Weverton é educador, artista, dançarino, sambista e pesquisador, influenciado pela tradição dos quintais de samba. Graduado em Licenciatura em Artes na Faculdade Paulista de Artes (FPA) e com formação técnica em Artes Cênicas, ele também se especializou em culturas africanas e afro-brasileiras. Atualmente cursa mestrado em Arte e Educação na Escola Superior de Artes Célia Helena (ESCH) e trabalha como educador sênior no Museu das Favelas. Com mais de dez anos de experiência, ele promove a cultura afro-brasileira e a inclusão social através de iniciativas como “Afrobetizando” e “O samba merece um Palácio”, utilizando arte e educação para perpetuar memórias, valorizar identidades e fomentar diálogos críticos.
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O Museu das Favelas é um equipamento da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, com sede em São Paulo, e gerido pela organização social de cultura IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão. Nossa missão é conectar e garantir o protagonismo das múltiplas favelas brasileiras, preservando suas memórias e potencializando suas produções culturais, por meio de exposições, programações, ações educativas, pesquisa e difusão de informação.
Museólogo e mestre pelo Programa de Pós-Graduação Interunidades em Museologia da Universidade de São Paulo (USP). Possui um MBA em Gestão de Museus e Inovação pela Associação Brasileira de Gestão Cultural (ABGC) e é bacharel em Turismo pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Atualmente, atua como Analista de Projetos e Assistente da Diretoria Executiva no Museu Judaico de São Paulo, coordenando o MUJ Repara, projeto de combate ao antissemitismo e a discriminação.
9/11 (sáb), 14h — MUJ
As artes e a cultura no centro da educação
A mesa irá explorar como as diferentes linguagens da arte e da cultura — neste caso o turismo, o teatro e os museus — podem produzir processos educacionais significativos. Serão apresentados experiências práticas de mediação cultural que contribuem para a formação de crianças, jovens e adultos em diferentes contextos e territórios.
Cleiton Ferreira, Quilombaque
Malu Frizzo, Museu Judaico de São Paulo
Léo Akio, Teatro de Contêiner Mungunzá
Evelyn Lauro, articuladora social (Mediação)
É especialista em Gestão Cultural pelo Centro de Pesquisa e Formação do SESC, Cofundador e gestor da Comunidade Cultural Quilombaque em 2005, Colaborador da Queixada Agência de Desenvolvimento Eco Cultural Turístico e coordenador do Museu Territorial de Interesse da Cultura e da Paisagem Tekoa Jopo’í.
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A Comunidade Cultural Quilombaque é um movimento político, étnico e cultural, criado em 2005 a partir de iniciativa de um grupo de jovens moradores de Perus, zona noroeste de São Paulo. Considerando a arte, a cultura e o conhecimento como instrumentos de enfrentamento e mudança da realidade, atuam promovendo a produção e a difusão de diferentes manifestações artístico-culturais na região, em especial a cultura negra. Atualmente, vem trabalhando em um plano de desenvolvimento sustentável local a partir de um museu territorial, o Museu Territorial de Interesse da Cultura e da Paisagem Tekoa Jopo’í.”.
Coordenadora do Núcleo de Educação & Participação do Museu Judaico de São Paulo. É arte educadora, atriz e diretora, formada pela SP Escola de Teatro, em São Paulo, e pelo Núcleo de Direção da ELT. É graduada em Direito pela PUC, pós graduada pelo IBET e atuou como advogada. Especialista em Direitos Humanos na Gestão Cultural pelo Centro de Pesquisa e Formação do SESC. Cursou Gestão de Públicos do MBA Gestão de Museus e Inovação da ABGC Intersaberes. No MASP Escola cursou Diálogos para uma arte e educação insurgente e antirracista e no CFP/Sesc cursou a A arte do refúgio: visões de mundo dos artistas refugiados do nazifascismo, com Maria Luiza Tucci Carneiro. Participou de espetáculos teatrais e de outros cursos e extensões sobre mediação cultural, acessibilidade e teatro.
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Processos educacionais não formais podem ser cruciais no combate ao antissemitismo e outras formas de preconceitos. Se há espaços de diálogo, é possível criar um ambiente de troca de experiências coletivas e sociais que favorece a empatia e alteridade, permitindo a quebra de estereótipos. Nesse contexto, os museus e demais instituições culturais devem desempenhar um papel vital, servindo como locais de memória e educação e, portanto, é importante que as pessoas tenham acesso facilitado, sintam que podem ocupar esses espaços. Cuidamos para ter uma abordagem educativa dialógica, arejada. Combater o antissemitismo passa a ser possível quando a cultura judaica é apresentada ao visitante e são construídas conexões com outras culturas e histórias, desafiando narrativas antissemitas. “O mundo é formado não apenas pelo que já existe, mas pelo que pode efetivamente existir”, afirmou Milton Santos e cabe a nós educadores, arte educadores, artistas e agentes culturais, esperançarmos, reafirmarmos o compromisso com a educação e a cultura como caminho para a transformação e a integração social.
Trabalha com imagens, comunicação e narrativas. É co-diretor artístico, ator e produtor da Cia. Mungunzá, grupo de teatro que além da significativa pesquisa cênica criou o Teatro de Contêiner Mungunzá – importante espaço cultural e social localizado no centro da cidade de São Paulo.
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O Teatro de Contêiner Mungunzá é um complexo cultural e social situado no coração da cidade de São Paulo, no bairro da Santa Ifigênia, próximo à Estação da Luz e à área estigmatizada como “Cracolândia”. Ao longo de sete anos, o espaço se consolidou como uma referência nacional e internacional, promovendo a integração entre arte e cidadania.
Mais do que um palco para apresentações artísticas, o teatro também acolhe outros coletivos, movimentos e grupos diversos, oferecendo uma programação inovadora e transversal que conecta Arte, Cultura, Educação, Economia Criativa, Direitos Humanos, Assistência Social, Saúde, Arquitetura e Urbanismo.
Técnica em Museologia (ETC-SP), Bacharela em Turismo (FAENAC), bacharela e licenciada em História (UNIFESP), especialista em Direitos Humanos (UFABC) e Mestra em Estudos Culturais (USP). Atua na museologia desde 2006, passando pelas áreas educativa, de pesquisa, de documentação, de produção de exposição e, hoje, na articulação social – área dedicada à criação de vínculos entre a instituição e o território que habita. Em paralelo, atuou em movimentos sociais relacionados aos direitos humanos nos campos da educação popular, dos direitos LGBTQI+ e da redução de danos quanto ao uso abusivo de álcool e outras drogas.
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O Teatro de Contêiner Mungunzá é um complexo cultural e social situado no coração da cidade de São Paulo, no bairro da Santa Ifigênia, próximo à Estação da Luz e à área estigmatizada como “Cracolândia”. Ao longo de sete anos, o espaço se consolidou como uma referência nacional e internacional, promovendo a integração entre arte e cidadania.
Mais do que um palco para apresentações artísticas, o teatro também acolhe outros coletivos, movimentos e grupos diversos, oferecendo uma programação inovadora e transversal que conecta Arte, Cultura, Educação, Economia Criativa, Direitos Humanos, Assistência Social, Saúde, Arquitetura e Urbanismo.
9/11 (sáb), 16h — MUJ
Processos educacionais acolhedores e diversos
Quais os desafios encontrados dentro do espaço escolar quando o tema é preconceito? Seja na esfera pública ou privada, a escola é um espaço natural de tensões a partir das quais educadores atuam para nortear o desenvolvimento de crianças e jovens. Nessa mesa, os convidados conversam sobre o potencial transformador das práticas pedagógicas de combate à discriminação e de fortalecimento de uma cultura de paz.
Lia Diskin, Palas Athena
Talita Marcília, Colégio Humboldt
Elias B. Brito Jr., Divisão Pedagógica da Diretoria Regional de Educação de Itaquera
Dalia Schneider, Museu Judaico de São Paulo (Mediação)
Formada em Jornalismo, com especialização em Crítica Literária. Cofundadora da Associação Palas Athena e criadora de dezenas de programas culturais e socioeducativos. Coordenadora do Comitê para a Década da Cultura de Paz – uma parceria UNESCO/Palas Athena. Conhecida internacionalmente por seu trabalho em favor dos Direitos Humanos e do pacifismo, na celebração dos 60 anos da UNESCO foi agraciada com o Diploma de Reconhecimento pela sua contribuição na área de Direitos Humanos e Cultura de Paz. Criadora do Projeto Gandhi e a Não Violência, realizado junto à Polícia Militar do Estado de São Paulo e na Fundação Casa junto à jovens cumprindo medidas socioeducativas. Autora de: Cultura de Paz – Redes de Convivência (SENAC); Não Violência Doméstica; Vamos Ubuntar? – um convite para cultivar a paz (UNESCO); em coautoria com Laura Roizman Paz, como se faz? Semeando Cultura de Paz nas Escolas (UNESCO), entre outros.
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Mudanças profundas e vertiginosas promovidas pelo desenvolvimento das tecnologias de comunicação nestas 3 últimas décadas alteraram a dinâmica na transmissão de conhecimento.
Nesse quesito, as gerações mais novas possuem habilidades que as gerações mais velhas não têm, o que inverte a percepção e o exercício do poder.
Educar é um compromisso que vai além da transmissão de conhecimento – implica em criar espaços para construir identidade e pertencimento; senso de liberdade e responsabilidade; autoconhecimento e capacidade empática para interagir com as diferenças; aceitação das incertezas e contradições inerentes ao viver humano; sensibilidade para o diálogo e qualificação da escuta; coragem para superar hábitos comportamentais enraizados em visões de mundo ultrapassadas e insustentáveis. “O que não se regenera, degenera”, diz Edgar Morin, e acaba por inviabilizar o potencial renovador com o qual chega a este mundo cada criatura humana para promover a arte da convivência.
Mestranda em Educação: Formação de Formadores pela Pontifícia Universidade Católica. MBA Gestão Escolar pela Universidade de São Paulo (2020), Especialista em Gênero e Diversidade pela Universidade Federal de São Paulo (2016). Graduada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul (2017), atua como coordenadora pedagógica no Colégio Humboldt em São Paulo e tem diversas experiências na área de Educação. Hoje desenvolve investigações acerca das práticas cotidianas e formativas do coordenador pedagógico que têm efeito no engajamento docente para melhor aprendizagem dos alunos. Bacharel e licenciada em Química pela Universidade de São Paulo (2010), sua Iniciação Científica foi na área de Microbiologia. Teve participação em projetos de extensão, como a digitalização da revista Química Nova na Escola – QNint (2009-2012), do qual recebeu bolsa pela Sociedade Brasileira de Química.
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A convidada trará exemplos de trabalhos interdisciplinares no colégio Humboldt que visam ao combate ao preconceito, como no 9º ano o estudo da ascensão do Nazi-fascismo na Alemanha e Europa no século XX até a formação do Estado de Israel e que conta com visita ao Museu Judaico como parte da sequência didática e na 3ª série do Ensino Médio o estudo sobre governos totalitários relacionando com a ditadura no Brasil. Talita contará um pouco sobre o histórico desses trabalhos, os desafios e avanços percebidos e as possibilidades de diálogos que foram estabelecidos a partir deles.
Doutor em Educação (PUC/SP), mestre em Ciência da Religião (PUC/SP), pós- graduado em Educação em Direitos Humanos (UFABC) e licenciado em Pedagogia (FPSJ) e em Estudos Sociais com Habilitação em História (UBC). Atualmente é professor de História na RMESP e integra a Divisão Pedagógica da Diretoria Regional de Educação de Itaquera da RMESP, compondo as frentes de Formação de Coordenadores Pedagógicos e a Equipe Gestora e Educação para as Relações Étnico-raciais. Leitor crítico do documento: Currículo da Cidade: Educação Antirracista: orientações pedagógicas: povos afro-brasileiros publicado pela Secretaria Municipal de educação de São Paulo – 2023.
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A comunicação abordará o movimento Primavera Mandinga e as possibilidades de enfrentamento ao racismo a partir da educação pública.
Coordenadora de Educação Judaica na Comunidade Shalom – Sinagoga Masorti São Paulo, onde desenvolve e implementa programas educacionais para crianças e adultos. Consultora do Museu Judaico de São Paulo, onde contribui para a promoção e preservação da identidade judaica por meio da formação de educadores, desenvolvimento de atividades e produção de conteúdo.