Jornada Freud e Judeidade

Em parceria com Editora Zahar

Como parte do relançamento do livro A vocação do exílio, de Betty Fuks, o Museu Judaico de São Paulo e a Editora Zahar anunciam a Jornada Freud e Judeidade.

 

Como propõe Fuks, em Freud, a judeidade — o que se diferencia radicalmente do acaso de seu nascimento, pois trata-se menos desse acaso do que do futuro daquilo que ele se esforçou por moldar — encontrou na invenção da psicanálise sua expressão maior. As marcas de exílio, de nomadismo e de resistência na história do povo judeu, assim como a tradição de leitura infinita dos textos sagrados, estão presentes na clínica psicanalítica e na teoria do inconsciente.

 

Em um sábado inteiro de conversas com professores e especialistas de referência, o MUJ convida o público a refletir sobre a matriz e os desdobramentos da teoria que nasceu com a descoberta do inconsciente.

programação

Mesa 1 | 23.08, sábado, 11h

 

A vocação do exílio

Com Betty Fuks e Márcio Seligmann-Silva

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Mais do que examinar o grau de influência do judaísmo sobre Freud, esta mesa debate como a própria criação da psicanálise pode ser considerada uma expressão de judeidade, a partir da obra seminal de Betty Fuks. Para a psicanalista, essa judeidade se manifesta, por um lado, no exílio, no nomadismo e na errância do povo judeu; por outro, no movimento incessante da letra, visível na própria prática de interpretação interminável dos textos sagrados.

Betty B. Fuks é psicanalista, doutora em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicanálise, Saúde e Sociedade da Universidade Veiga de Almeida (RJ). Editora da revista on-line Trivium: Estudos Interdisciplinares. Autora de Vocação do exílio: Freud, psicanálise e Judeidade (Zahar, 2025); Freud e a Cultura (Zahar, 2003); O homem Moisés e o monoteísmo, três ensaios: o desvelar de um assassinato. É também organizadora de vários livros publicados no Brasil e no exterior.

Márcio Seligmann-Silva é curador de exposições e professor titular de Teoria Literária na UNICAMP. Foi professor visitante em Universidades na Argentina, Alemanha, Inglaterra e México. Autor, entre outros, de O Local da Diferença (vencedor do Prêmio Jabuti em 2006), A virada testemunhal e decolonial do saber histórico (Editora da UNICAMP, 2022), Passagem para o outro como tarefa (Editora da UFRJ, 2022) e de Walter Benjamin e a guerra de imagens (Perspectiva, 2023).

Mesa 2 | 23.08, sábado, 14h30

Psicanálise e identificação

com Caterina Koltai e Paulo Bueno

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Para Freud, o processo de identificação é múltiplo, processual e inevitavelmente incompleto.  Não há um “eu” fixo, mas sim uma construção contínua a partir das relações com os outros.

Quais são as implicações desse conceito para pensarmos, hoje, as questões de identidade, pertencimento e subjetividade?

Nesta mesa, propõe-se uma reflexão sobre como a psicanálise pode contribuir para o debate sobre  identidade no mundo contemporâneo.

Paulo Bueno, psicanalista, psicólogo (PUC-SP), mestre e doutor em Psicologia Social (PUC-SP). Supervisor clínico e integrante do Departamento de Psicanálise com Crianças (SEDES SAPIENTAE). Coordenador do Módulo Psicanálise e Sociedade do Instituto Gerar de Psicanálise. Professor convidado do Programa Fellowship – 2021/2022 (Columbia University). Colaborador do Instituto AMMA Psique & Negritude – 2020/2021. Coordenador do Grupo de Estudo Clínica Psicanalítica e Relações Raciais. Autor de Coisas que o Pedro me ensina: crônicas de uma paternidade.

Caterina Koltai é socióloga formada pela Universidade de Paris V. Mestre em planificação da educação pela universidade de Paris I e doutora em psicologia clínica pela PucSp. Autora dos livros O Estrangeiro,  Psicanálise e Política (Editora  Escuta) e Totem e Tabu, um mito freudiano (Editora Civilização  Brasileira).

Mesa 3 | 23.08, sábado, 16h30

A inquietante estranheza

com Nina Leite, Betty Fuks e Paulo Sérgio de Souza Jr.

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Segundo Freud, o estranho (ou Unheimliche) é aquilo que perturba justamente por ser, de forma velada, familiar: uma verdade psíquica que foi reprimida e retorna de forma inquietante. Essa verdade, a sensação de desamparo do sujeito, nos obriga a encarar que o mal, o medo e o sofrimento não estão apenas no outro, mas também dentro de nós.

Como essa ideia pode nos ajudar a encontrar uma posição ética capaz de abandonar a lógica binária de “lado certo” e “lado errado”, ou “do bem” e “do mal”? O binarismo impede o advento da palavra, arma de resistência à destruição, cujo efeito mais imediato — a paz — não é perene e, muitas vezes, nem duradouro. 

Paulo Sérgio de Souza Jr. é psicanalista e tradutor. Coordenador da série “pequena biblioteca invulgar” e autor, pela mesma editora, de O fluxo e a cesura: um ensaio em linguística, poética e psicanálise (Blucher, 2023).

Nina Virginia de Araújo Leite é psicanalista, membro fundadora do OUTRARTE – psicanálise entre ciência e arte IEL/UNICAMP.