FliMUJ

4º Festival Literário
Museu Judaico SP

Emet: a verdade tem começo, meio e fim?

Na tradição judaica, palavras hebraicas carregam significados, valores numéricos e conexões profundas com a criação do mundo. A palavra “verdade” – emet (אמת) –, por exemplo, é formada por três letras, א (alef), מ (mem) e ת (tav), que são, respectivamente, a primeira, a intermediária e a última do alfabeto. Intérpretes do judaísmo sugerem que isso se deve ao fato de que a verdade é abrangente e deve sempre considerar o todo – o começo, o meio e o fim –, nunca apenas uma parte. Já a palavra “mentira” – sheker (שקר) – é formada por outras três letras, ש (shin), ק (kuf) e ר (resh), que aparecem no alfabeto consecutivamente.

 

O desenho dos caracteres também é simbólico. O alef (א), o mem (מ) e o tav (ת), de emet, têm dois apoios, formando uma base estável. O shin (ש), o kuf (ק) e o resh (ר), de sheker, apenas um, e “não param em pé”. Entretanto, a despeito da suposta estabilidade da verdade, a literatura rabínica considera a busca por ela como sendo uma experiência dinâmica.

 

Disputas entre sábios, narradas em obras como o Talmud e o Midrash, mostram como a verdade não constitui uma afirmação pura e simples, fruto da revelação, mas é o resultado de um processo dialógico entre pessoas. É precisamente por esse motivo que as escrituras dão visibilidade a diversas opiniões, ainda que contraditórias entre si, conferindo um lugar honroso mesmo aos pontos de vista derrotados.

 

Isso implica o reconhecimento de que as discussões são tão importantes quanto as conclusões. E, principalmente, no juízo de que a verdade não possui valor individual: só conseguimos, de fato, alcançá-la – ou construí-la – por meio da troca de ideias, do exame por vários ângulos e da escuta atenta. A verdade é, portanto, estabelecida na relação com o outro.

 

Entrelaçando perspectivas judaicas e não judaicas, o 4º Festival Literário do Museu Judaico de São Paulo (FliMUJ) propõe uma reflexão sobre os desafios para a construção coletiva da verdade – no registro histórico, nos relatos de traumas pessoais e comunitários, nas narrativas literárias. O que acontece quando diferentes versões disputam o mesmo passado? Como lidar com tentativas de interdição e silenciamento? E até que ponto a ficção pode se revelar mais confiável do que os fatos?

 

Entre palavras, testemunhos e reflexões, convidamos o público a percorrer esses caminhos – do começo ao fim, e quem sabe, mais além.

 

Museu Judaico de São Paulo

programação

MESAS FliMUJ 2025 | Emet: a verdade tem começo, meio e fim?

      Todas as mesas contam com intérprete em Libras.

Mesa 1 | 9.10, quinta-feira, 19h

Abertura

Quem se importa com palavras?

com Fania Oz-Salzberger
mediação de Laura Capelhuchnik

Retire seu ingresso

“A continuidade judaica sempre se articulou em palavras”, escrevem a historiadora israelense Fania Oz-Salzberger, e seu pai, o romancista Amós Oz, no livro Os judeus e as palavras. Para os autores, a linhagem judaica não é de sangue, mas de texto. É como se a longevidade e a singularidade do povo judeu dependessem do permanente debate entre gerações. E o que acontece quando o diálogo entra em crise? Quando ninguém mais parece disposto a ouvir? Quando palavras, de tão desgastadas, tornam-se clichês? E quando qualquer coisa que se diga – ou que se escreva – parece insuficiente para transformar a realidade? Na mesa de abertura do Festival Literário do Museu Judaico de São Paulo, Fania Oz-Salzberger reflete sobre identidade judaica, sociedade israelense, o potencial e o limite das palavras.

 

Esta mesa tem o apoio do Instituto Brasil-Israel.

Fania Oz é uma escritora e historiadora israelense, professora emérita de História na Universidade de Haifa. Seu livro mais conhecido, Os judeus e as palavras, escrito em coautoria com seu pai, Amos Oz, apresenta uma leitura pessoal e bem-humorada sobre a história e a cultura judaica.

Laura Capelhuchnik é jornalista e editora-assistente do núcleo de podcasts e documentários do UOL. É criadora do podcast Livros no Centro, da Livraria Megafauna, e trabalhou na Rádio CBN, no Nexo Jornal e no Estadão. Foi produtora convidada do podcast documental Israel Story, produzido em parceria com o jornal The Times of Israel.

Mesa 2 | 10.10, sexta-feira, 15h

Como as democracias sobrevivem?

com Alessandra Orofino e Leonardo Avritzer
mediação de Thais Bilenky

Retire seu ingresso

A democracia encontra-se sob enorme pressão, seja no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa ou em Israel. Alguns autores, inclusive, têm alertado para o fato de que o Estado democrático de direito não é mais derrubado por rupturas violentas, revoluções ou golpes militares. O avanço do autoritarismo tende a ocorrer pelo enfraquecimento de instituições como o judiciário e a imprensa, e pela erosão das normas políticas. O que fazer, então, para frear esse processo? Nesta mesa, a economista, diretora e ativista Alessandra Orofino e o cientista político Leonardo Avritzer convidam a pensar sobre como garantir a vida dos regimes democráticos.

Alessandra Orofino é Diretora Executiva da Peri, uma empresa de mídia focada em histórias que importam. Ela é especialista em comunicação de massa e mobilização em larga escala, com vasta experiência em mobilização popular e desenvolvimento de produtos de impacto para televisão e cinema. Co-fundou o NOSSAS, onde foi Diretora Executiva, criou e dirigiu o programa Greg News e é a principal produtora de documentário dirigido por Petra Costa. 

Alessandra faz parte do Conselho de três organizações com forte foco em estratégias culturais e narrativas: a Luminate Foundation, a Meliore Foundation, e o ICCI. Por fim, ela é Fellow da Obama Foundation e recebeu o Prêmio Skoll de Inovação Social em 2022.

Leonardo Avritzer é um cientista político, escritor, pesquisador e professor universitário brasileiro. Considerado um dos maiores politólogos do Brasil na atualidade, graduou-se na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), procedendo ao doutorado na New School for Social Research e, posteriormente, ao pós-doutorado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Thais Bilenky é jornalista formada pela USP, é colunista do UOL e apresentadora dos podcasts A Hora e Lira, os atalhos do poder. Na Folha de S.Paulo, foi correspondente em Nova York e repórter em Brasília e São Paulo. Na revista piauí, apresentou os podcasts Foro de Teresina e Alexandre.

Mesa 3 | 10.10, sexta-feira, 17h

Quem nunca?

com Carol Rodrigues e Felipe Poroger
mediação de Bianca Mantovani

Retire seu ingresso

Memórias de infância e juventude podem ser agradáveis ou embaraçosas. Afinal, essas fases da vida são repletas de incertezas, expectativas e desejos, normalmente acompanhados da sensação de desarranjo – no corpo, na família, no grupo de amigos. Como se não bastasse, o fato de se perceber mulher, ou judeu, acrescenta ingredientes peculiares à experiência do amadurecimento. Nesta mesa, dois autores da mesma geração, cujas obras, cheias de humor e ironia, constituem testemunhos de quem cresceu nos anos 90, conversam sobre o modo pelo qual a identidade torna-se matéria-prima para a escrita, mostrando que vivências pessoais raramente são individuais.

Carol Rodrigues

 é autora do livro de contos Sem vista para o mar (2014, Edith), que recebeu os prêmios Jabuti e da Biblioteca Nacional. Em 2017, publicou o romance O melindre nos dentes da besta (7Letras), finalista dos prêmios São Paulo de Literatura e Jabuti. Lançou em 2023 o romance A Mulher do Padre (Todavia). Em 2024 foi autora residente do MALBA (Argentina) e do programa Nanjing City of Literature (China) pela UNESCO. Trabalha como roteirista, curadora e facilitadora de oficinas de escrita criativa. Foi jurada do Prêmio Biblioteca Nacional de Contos, em 2016, do Prêmio Literário de Jacareí, em 2018, e do Prêmio Oceanos em 2022 e 2023.

Felipe Poroger nasceu em São Paulo, em 1990. Formado em cinema e filosofia e mestre em arquitetura e urbanismo, publicou artigos na Folha de S.Paulo, piauí, Carta Capital e Nexo. É diretor do Festival de Finos Filmes e cofundador da Cinemália. Alguém sobrevive nesta história é seu primeiro romance.

Bianca Mantovani é gestora cultural, curadora e pesquisadora. É mestra em Museologia pela USP e possui graduação em Letras pela mesma universidade. Já trabalhou em diversas instituições culturais, como Biblioteca Mário de Andrade, Ateliê397, Museu da Casa Brasileira e Instituto Moreira Salles. É curadora pelo terceiro ano consecutivo do Festival Litero Musical de São José dos Campos. Escreve verbetes para a Enciclopédia do Itaú Cultural e é coordenadora de programação cultural do Museu Judaico de São Paulo.

Mesa 4 | 10.10, sexta-feira, 19h

Quer que eu desenhe?

Com Laerte Coutinho e Rutu Modan
mediação de Micheline Alves

 

Retire seu ingresso

Cartuns, charges e quadrinhos tornaram-se formatos consagrados para contar histórias e fazer críticas sociais. Talvez isso se deva à sua capacidade única de sintetizar mensagens, combinando imagem e palavra, e à presença do humor, que permite aos criadores dizer verdades muitas vezes impronunciáveis. Nesta mesa, duas expoentes da nona arte, a cartunista brasileira Laerte Coutinho e a quadrinista israelense Rutu Modan, conversam sobre ilustração, sátira e política – dentro e fora dos quadrinhos.

Laerte Coutinho é autora de quadrinhos, cartuns e charges. Nasceu em São Paulo, em 1951 – fez alguns cursos livres de pintura, desenho e teatro; entrou na USP, em Comunicações, pra fazer Música e depois Jornalismo – não se graduou. Foi uma das criadoras da revista Balão (quadrinhos) e da empresa Oboré (assessoria de comunicação para sindicatos). Publicou seu trabalho n’O Pasquim, n’O Bicho, no Estado de São Paulo, na Folha de São Paulo, em várias revistas. Foi autora da revista Piratas do Tietê –também o nome da tira diária que produz. Participou da redação de programas de tevê da Rede Globo: “TV Pirata”, “TV Colosso”, “Sai de Baixo”. Apresentou o programa “Transando com Laerte”, no Canal Brasil. Participou do curta “Vestido de Laerte”, de Claudia Priscila e Pedro Marques; e do longa “Laerte-se”, de Lygia Barbosa e Eliane Brum.

Rutu Modan é uma ilustradora, quadrinista e professora israelense, nascida em Tel Aviv, em 1966. Depois de se formar pela Academia de Arte e Design Bezalel, em Jerusalém, começou a escrever regularmente e ilustrar tiras e quadrinhos para os principais jornais de Israel. Foi editora da edição em hebraico da revista MAD e em 1995, fundou o coletivo Actus tragicus, com Yirmi Pinkus, Mira Friedman, Batia Koltan e Itzik Rennert. Seu trabalho foi publicado em revistas e jornais ao redor do mundo, incluindo New York Times, New Yorker e Le Monde. Em 2008, recebeu o Prêmio Will Eisner da Indústria de Quadrinhos pelo seu livro Exit Wounds. Em 2012, lançou Maya Faz uma Bagunça com a TOON Books, o primeiro livro infantil que escreveu e ilustrou. A propriedade e Túneis são seus títulos publicados no Brasi. Rutu leciona quadrinhos e ilustração na Academia de Arte e Design Bezalel, em Jerusalém, e vive em Tel Aviv com a família.

Micheline Alves é jornalista e roteirista de TV. Trabalhou por vinte anos em publicações impressas e projetos digitais e foi diretora das revistas Trip e Tpm. Pesquisadora e roteirista na TV Globo desde 2015, foi da equipe do programa “Amor e Sexo” e hoje é redatora do talk show “Conversa com Bial”. Mora em São Paulo e tem duas filhas.

Mesa 5 | 11.10, sábado, 11h

Escrever para fugir ou para voltar?

Com Julián Fuks e Tatiana Salem Levy
mediação de Rita Palmeira

Retire seu ingresso

A violência das ditaduras militares latinoamericanas levou muitas famílias ao exílio, incluindo as de Julián Fuks e de Tatiana Salem Levy, que fizeram da experiência de deslocamento um tema para seus livros. Mas não só. Atravessados pela ascendência judaica e sensíveis a questões sociais urgentes, escrevem como quem confia na palavra para intervir no mundo. Nesta mesa, os premiados autores dialogam sobre memórias familiares, embates entre narrativa e silenciamento e a capacidade da literatura de se haver com a realidade.

Julián Fuks é escritor e crítico literário. É autor dos romances Procura do romance (Record, 2012), A ocupação (Companhia das Letras, 2019) e A resistência (Companhia das Letras, 2015), livro ganhador dos prêmios Jabuti, Oceanos, Saramago e Anna Seghers. É doutor em teoria literária pela Universidade de São Paulo, e colunista do portal UOL. Suas obras já foram traduzidas para onze línguas e publicadas em diversos países.

Tatiana Salem Levy é escritora, ensaísta e pesquisadora na Universidade NOVA de Lisboa. Com seu romance A Chave de Casa, traduzido para diversos idiomas, recebeu o Prêmio São Paulo de Literatura como autora estreante em 2008. Sua produção inclui ainda livros voltados ao público infantojuvenil, como Curupira Pirapora (2012) e Tanto Mar (2013). Em sua obra, também aborda temas como as marcas da ditadura, a resistência política, o exílio e a memória,  articulando-os tanto a partir da ficção quanto de sua vivência como filha de militantes perseguidos pelo regime. Essa união entre o pessoal e o político se manifesta no filme A Memória que me Contam, onde atuou como roteirista, ao lado de Lúcia Murat.

Rita Palmeira é editora e crítica literária. Doutora em literatura brasileira pela USP, é curadora da Livraria Megafauna e apresentadora do podcast Livros no Centro. Foi cocuradora do 2o FliMUJ e do 1º Festival Poesia no Centro. Atualmente, é curadora da Flip — Festa Literária Internacional de Paraty.

Mesa 6 | 11.10, sábado, 15h

Nós lembramos?

Com Carlos Reiss e Scholastique Mukasonga
mediação de João Torquato

Retire seu ingresso

Ao contrário do que se costuma pensar, o mal raramente é fruto da ação de pessoas inerentemente cruéis. O Holocausto, quando 6 milhões de judeus foram mortos num período de poucos anos, e o genocídio de Ruanda, quando cerca de 800.000 tutsis foram assassinados em apenas três meses, mostraram que pessoas ordinárias, pais de família e trabalhadores podem repentinamente participar do extermínio de seus vizinhos. Nesta mesa Carlos Reiss, Coordenador-Geral do Museu do Holocausto de Curitiba, e Scholastique Mukasonga, nascida em Ruanda e autora da livros sobre o genocídio em seu país natal, dialogam sobre a construção da memória, a importância do testemunho e os processos de responsabilização, reparação e cura após o horror.

 

Esta mesa é organizada no âmbito da Temporada França Brasil com apoio do Institut Français e da Embaixada da França.

Carlos Reiss Coordenador-Geral do Museu do Holocausto de Curitiba. Membro do comitê executivo da Rede Latino-Americana para o Ensino da Shoá (LAES), da delegação brasileira da International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA) e da equipe curatorial do Memorial às Vítimas do Holocausto do Rio de Janeiro. Curador-chefe da exposição temporária “Anne Frank: deixem-nos ser”, em São Paulo. Autor dos livros Luz sobre o Caos: Educação e Memória do Holocausto e Entre as sombras e os sóis: a história de Sala Borowiak. Coautor de Holocausto – tudo o que você precisa saber: 70 perguntas e respostas.

Scholastique Mukasonga nasceu em 1956, em Ruanda. Vive e trabalha na região da Baixa Normandia, na França. Vencedora do Prêmio Renaudot e finalista do National Book Award, teve seus livros traduzidos para mais de vinte idiomas. Dela, a Editora Nós publicou também A mulher de pés descalços (2017), Nossa senhora do Nilo (2017), Baratas (2018), Um belo diploma (2020) e Kibogo subiu ao céu (2024).

João Torquato é analista de comunicação do Instituto Brasil-Israel, militante do movimento negro e pesquisador dos conflitos de desintegração da República da Iugoslávia.

Mesa 7 | 11.10, sábado, 17h

O ódio pode ser virtuoso?

Com Eva Illouz
mediação de Fábio Zuker

Retire seu ingresso

As reações aos ataques de 7 de outubro de 2023 chamaram a atenção da socióloga Eva Illouz. Afinal, nos círculos progressistas, o dia seguinte não foi marcado apenas pela solidariedade às vítimas israelenses e inequívoca condenação ao Hamas. Em Nova York, Paris ou São Paulo, muitos celebraram os assassinatos como um ato de resistência. Nascida no Marrocos e radicada parte do ano na França, parte em Israel, a autora do livro “8 de outubro, genealogia de um ódio virtuoso” analisa os fatores intelectuais, políticos e psicológicos por trás do antissemitismo justificado com base em valores progressistas. Adversária do governo de Benjamin Netanyahu, Illouz defende que não precisamos escolher entre a condenação das ações de Israel na Faixa de Gaza e a luta contra o antissemitismo.

 

Esta mesa é organizada no âmbito da Temporada França Brasil com apoio do Institut Français é da Embaixada da França.

Eva Illouz é professora de sociologia na Universidade Hebraica de Jerusalém e de ciências sociais na Escola de Estudos Avançados em Paris. Socióloga das emoções, seus estudos abordam como o capitalismo, a cultura e as relações de gênero moldam nossas emoções, relações amorosas e individualismo moderno. É autora de obras influentes como Happycracia – Fabricando cidadãos felizes e O amor nos tempos do capitalismo.

Fábio Zuker é antropólogo, jornalista e ensaísta. É pesquisador do Instituto Pensi (Fundação José Luiz Setúbal) e da Universidade de São Paulo. Possui doutorado pela Universidade de São Paulo (com período como visiting scholar na Cornell University), e realizou seus pós-doutorados na Princeton University e no Collège de France (Laboratoire d’Anthropologie Sociale). É autor de A Vida e a Morte de uma Baleia Minke na Amazônia: Despachos da Floresta Tropical Brasileira (Milkweed 2022), e como jornalista publicou em diversos meios de comunicação nacionais e internacionais, incluindo Folha de São Paulo, revista Piauí, revista Serrote, Nexo Jornal, Agência Pública, O Joio e o Trigo, The Guardian e Thomson Reuters Foundation, Mongabay, entre outros.

No momento está trabalhando em seu novo livro, The Other Bank of the Tapajós River: soy, toxicity and environmental harm.

Mesa 8 | 12.10, domingo, 11h

Acabou o amor?

Com Renato Noguera e Priscila Sztejnman
mediação de Cris Bartis

Retire seu ingresso

O amor entrou em crise? Em meio a tantas possibilidades, o casal deixou de ser o ponto central numa relação? Como a transformação nos papéis sociais do homem e da mulher interfere na forma como nos apaixonamos? Matrimônio e maternidade ainda organizam os laços conjugais? Nesta mesa, a atriz, roteirista e escritora Priscila Sztejnman e o filósofo Renato Nogueira chamam a atenção para a importância de ampliarmos o repertório sobre o amor e dialogam sobre apaixonamento, desejo, sexo e as novas relações afetivas.

Renato Noguera, doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor do Departamento de Educação e Sociedade (DES), do Programa de Pós-Graduação em Filosofia, do Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares (PPGEduc) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), pesquisador do Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Leafro). Noguera coordena o Grupo de Pesquisa Afroperspectivas, Saberes e Infâncias (Afrosin), Noguera é escritor e tem realizado pesquisas que articulam filosofia, educação, neurociência e antropologia, publicou, dentre outros livros, Ensino de Filosofia e a Lei 10639, Porque amamos: o que os mitos e a filosofia têm a dizer sobre o amor, O que é o luto: o que os mitos e as filosofias entendem a morte e a dor da perda.

Priscila Sztejnman é atriz e escritora. Como roteirista, trabalhou exclusivamente na Globo por 13 anos, sendo a autora mais jovem da empresa a ser promovida como titular. Assinou o filme O Natal Perfeito e escreveu e dirigiu o curta documentário Agora eu sou Estamira. Como atriz, já atuou em diversas novelas (entre elas Totalmente Demais), séries (Questão de Família), peças (Rita Formiga) e filmes (Segundo Tempo). Na literatura, lançou o conto Nasceu Menina, pela Janela Livraria e Mapa Lab. Atualmente, Priscila desenvolve como roteirista duas séries para o streaming.

Cris Bartis é comunicadora, roteirista e cocriadora do podcast Mamilos, há mais de 10 anos no ar. Atua também como palestrante e mediadora de conversas sobre a cultura do diálogo. É fundadora da consultoria Milos, voltada à escuta estratégica em organizações, e cursa pós-graduação em Psicanálise, aprofundando sua atuação na intersecção entre comunicação e comportamento.

Mesa 9 | 12.10, domingo, 15h

E quando a verdade vem à tona?

Com André de Leones e Jennifer Teege
mediação de Gabriela Longman

Retire seu ingresso

Imagine ser uma mulher negra e, num belo dia, descobrir que seu avô foi Amon Göth, um dos mais conhecidos oficiais nazistas, retratado no filme A Lista de Schindler. É precisamente esse o caso de Jennifer Teege, escritora alemã de ascendência nigeriana que contou sobre a experiência no livro autobiográfico Amon: Meu Avô Teria Me Executado. O brasileiro André de Leones, no romance Meu passado nazista, também escreve sobre um avô nazista. Este, porém, habita o interior do Goiás, no centro-oeste brasileiro. Nesta mesa, os autores dialogam sobre como o extremismo costuma estar mais próximo do que pensamos, lembrando que ideias que julgávamos superadas podem reaparecer nos lugares mais improváveis.

 

Esta mesa tem o apoio do Goethe-Institut.

André de Leones é autor dos romances Meu passado nazista (Record), Vento de queimada (Record) e Eufrates (José Olympio), entre outros. Venceu o Prêmio SESC de Literatura 2005 por seu romance de estreia, Hoje está um dia morto (Record). Vive em São Paulo.

Jennifer Teege escritora alemã de ascendência nigeriana, se tornou mundialmente conhecida através de sua autobiografia Amon: Meu Avô Teria Me Executado, onde disserta sobre sua experiência ao descobrir um grande segredo familiar: ser neta de Amon Göth, o comandante nazista do campo de concentração de Plaszów, na Cracóvia.

Gabriela Longman é jornalista, editora e curadora, é mestre em Arte e Linguagem pela École des Hautes Études en Sciences Sociales doutora em Teoria Literária pela USP.  Foi curadora das exposições “Alê Ruaro: Sob o Céu, Sobre o Chão” (Biblioteca Mário de Andrade, 2024) e de “Debret em Questão” (M.A.L. Paris e Museu do Ipiranga, 2025).  É colaboradora da Folha de S.Paulo, Elle, Esquire entre outros veículos e sócia-fundadora do Guia Orbit, start-up dedicada a organizar a programação cultural de São Paulo usando tecnologia de ponta.