Rastros – Fotografias de Roberto Frankenberg

EXPOSIÇÃO

16.07 a 22.09

A exposição Rastros, com obras do fotógrafo Roberto Frankenberg – brasileiro radicado na França – convida a uma jornada íntima sobre memória e história. Apresentada pela primeira vez em 2015, no “Maio Fotografia” do MIS, sua relevância agora é ainda maior. No contexto atual, ela incita novas interpretações.

As imagens, que hoje fazem parte do Acervo do Museu Judaico de São Paulo, foram feitas entre 2012 e 2014, e abordam uma temática dolorosa: o holocausto e os massacres de minorias durante a Segunda Guerra Mundial. Nelas, sobrevém a história dos antepassados assassinados e a voz de todas as vítimas.

A objetividade dos fatos históricos está nas legendas. As obras não buscam evidências visuais diretas do passado, mas da ausência e da perda. Ao primeiro olhar, as fotos mostram apenas a beleza das paisagens contemporâneas, suas flores silvestres e ervas daninhas, a natureza avançando sobre estruturas abandonadas e arames farpados.

O silêncio é aparente. O que emerge dele é a dimensão invisível, a memória onde persistem marcas, mortes e traumas. “Cinzas e sangue se misturam com a terra”, registrou o artista em suas anotações.

Rastros convoca o visitante a uma imersão. É um memorial vivo, construído pela arte que captura o indizível, e incita ao diálogo sobre a importância de nunca esquecer a história vivida.

Roberta Alexandr Sundfeld
Curadora

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